Escola Rápida para Crianças fora da Escola


Instituição executora: Strømme Foundation West Africa

País: Mali

Fonte: IPA

Período de execução: 2007 - en curso

Plataforma de Prácticas Efectivas:

Desafios

Reintegrar os alunos desistentes ao sistema educacional formal.

Solução

Sessões intensivas de reforço em pequenos grupos para alunos desistentes.

Resultados

Entre os anos de 2007 e 2009, 74,6% dos participantes do programa ingressaram no sistema primário formal.

O programa “Escola Rápida para crianças fora da escola” (“Speed School for out-of-school children”) é um currículo de aprendizagem intensivo que fornece as crianças entre 8 a 12 anos que se encontram fora do sistema educacional formal, as habilidades para passar nos exames para entrada nas escolas primárias públicas. Implementado pela Strømme Foundation, a Speed School se apóia sobre órgãos estatais para atingir os seus grupos-alvo. Conta com o financiamento da Legatum Foundation no contexto de lançamento da West Africa Children’s Education Strategic Initiative.

O currículo do Speed School condensa em 9 meses o trabalho de 3 anos de educação primária tradicional, concentrando-se na leitura da língua materna das crianças e do francês, assim como no raciocínio matemático. As sessões são ministradas por um professor em salas que as comunidades fornecem ao projeto. Incluem entre 20 e 25 alunos de diferentes níveis e idades. O professor desempenha um papel de moderador mais que de diretor, organizando pequenos grupos de discussão, promovendo a ajuda mútua, o que incentiva os estudantes a participar ativamente. Para isso, o professor recebe uma capacitação inicial que o familiariza com a metodologia. Ele recebe um salário mensal para incentivar seu compromisso e participação.

Desde o início, o programa Speed School conta com Comitês paralelos “Speed Schools Management Committees”, que se encarregam de promover a importância da educação formal nas comunidades. Também gerenciam um programa de apoio a mães de estudantes do Speed School em termos de microempreendimento. Dado que os Comitês são compostos por pais e autoridades das comunidades, essas instâncias são normalmente consideradas como instrumento chave da rede educacional local. Entre os anos 2007 e 2010, 1.200 Speed School abriram em Mali, Níger e Burkina Faso, englobando 32.288 crianças e 565 professores capacitados.

Os países subsaarianos se caracterizam por uma população jovem e de crescimento dinâmico em comparação com o resto do mundo. Em Mali, o crescimento demográfico alcança 3% e os menores de 14 anos de idade representam cerca de 48% da população total. O mesmo em Níger e em Burkina Faso, onde as crianças representam 50 e 46% respectivamente. Tais proporções geram graus elevados de dependência que por sua vez dificultam o financiamento das políticas públicas.

Nos países mencionados, a proporção de despesas sociais em educação varia entre 3 e 5,5% do PIB nacional, o que embora representam percentagens relativamente altas, não são suficientes para atender os problemas educacionais. No ano de 2007, foram quase 883.000 crianças de Mali que se encontravam fora do sistema educacional formal; em Níger, 1,4 milhões e em Burkina Faso, mais de um milhão. Cabe mencionar, que o número de crianças desistentes em Mali e Níger tem aumentado até o dia de hoje. O grande desafio para aqueles países é gerar as capacidades para reintegrar essa população ao sistema educacional formal, para que saiam do círculo vicioso da pobreza.

Entre os anos de 2012 e 2014, o Innovation for Porverty Action (IPA) conduziu uma prova de avaliação experimental do programa Speed School com o objetivo de destacar seu impacto sobre as habilidades das crianças participantes, sua vida familiar e o acompanhamento de seus estudos no sistema formal. 77 comunidades distribuídas nas regiões de Koulikoro e Sikasso foram selecionadas aleatoriamente, onde somente 46 receberam a intervenção. A recompilação dos dados foi realizada por meio de entrevistas em profundidade com estudantes e membros de sua família.

Os resultados têm demonstrado que 74,6% dos alunos participantes passaram no exame de entrada para escolas primárias formais. Todos os participantes aumentaram em 42% sua capacidade de leitura em francês em comparação ao grupo de controle. Em matemática, o rendimento escolar médio alcançado foi 25%, apesar de uma notável desvantagem para as meninas. Um dos fatores destacados, foi a equipe local muito eficaz em criar laços com organizações sociais e comunidades de base. Com um custo total médio de USD 172 por estudante, o programa tem uma boa eficácia e representa uma ferramenta muito promissora para outros países.

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