Instituição executora: Citizen Schools Foundation
País: United States
Fonte: Fundación Telefónica
Período de execução: 1995 - en curso
Plataforma de Prácticas Efectivas:
Fechar as lacunas de desempenho a nível primário, permitindo transições bem-sucedidas para o ensino médio e maiores taxas de graduação na universidade.
Sessões extracurriculares baseadas na prática e ministradas por profissionais voluntários.
Os integrantes do programa conseguiram, em média, maiores taxas de participação no sistema educacional superior (+31%) com um aumento da capacidade de terminar seu curso (+22%) e se graduar (+12%).
Escolas de Cidadãos (Citizen Schools) além de oferecer classes tradicionais, fornece sessões extracurriculares durante as quais os alunos aprendem praticando. O programa destina-se a crianças de nível primário (6°, 7° e 8°), provenientes preferencialmente de famílias de baixa renda. A inovação das Citizen Schools foi desenvolvida nos anos 90 por dois engenheiros graduados pela Universidade de Boston. O princípio é formar associações com comunidades educacionais de baixa renda que necessitam de recursos, e agregar as grandes empresas ou fundações, tais como AmeriCorps, Biogen Foundation, Cisco, Dell, Hewlett Packard, entre outras.
As sessões extracurriculares das Citizen Schools se baseiam na aprendizagem entre pares, organizadas em pequenos grupos e moderados por um mentor. Este geralmente é um especialista em algum assunto e atua de forma voluntaria durante 10 semanas, em sessões semanais de 90 minutos. Nas sessões, os alunos se tornam profissionais (web designers, advogados, assessor financeiro, etc.) de maneira que apliquem seus conhecimentos adquiridos em classe e que vejam como que eles serviriam em sua vida profissional futura.
A aprendizagem se concentra tanto no currículo tradicional (matemática, leitura, história, artes) como nas competências do século XXI (apresentação oral, trabalho em equipe, liderança). As sessões se complementam com visitas a outras organizações ou empresas e terminam com uma demonstração anual WOW! onde as crianças apresentam seus progressos para seus pais.
Embora seja verdade que os Estados Unidos conta com um dos melhores sistemas educacionais do mundo, também é um dos seus principais desafios o acesso à universidade, onde entre os anos 2006 e 2015, a participação líquida dos jovens nesse nível acadêmico flutuou entre 17 e 21%.
Por sua vez, existe uma seleção estrita dos alunos para entrar na universidade de acordo com seus resultados no nível primário e secundário, onde a taxa de aceitação do conjunto das universidades dos EUA não supera os 60%. Neste sentido, os fatores socioeconômicos influenciam, pois os alunos cuja família registra rendas mais elevadas, têm acesso a escolas primárias e secundárias de qualidade proporcional. Depois na universidade, devido aos custos elevados dos cursos, os estudantes pertencem, na grande maioria, aos estratos superiores da sociedade.
Por outro lado, o Informe do Programa Internacional para Avaliação de Estudantes, o Informe PISA, destacou no ano de 2015, que existem níveis aceitáveis na leitura e ciência para os jovens de 15 anos, mas por sua vez, esse resultado está abaixo da média da OCDE com relação à matemática.
Entre os anos 2001 e 2008, a Fundação Citizen Schools realizou um estudo longitudinal para medir o impacto de seu programa sobre a capacidade dos alunos de ingressar na universidade e se graduar. No primeiro ano selecionaram um grupo de 50 crianças que receberam o programa. Estudaram durante toda a escolaridade até sua graduação universitária. A comparação entre aquele grupo com os resultados médios a nível nacional, demonstraram um aumento de sua participação na universidade de mais de 31%. Do mesmo modo, estão mais dispostos a terminarem seu curso (+22%) e a se graduar (+12%). Estes resultados são explicados por uma melhora de suas habilidades matemáticas na secundária (+9 pontos percentuais no 1° médio; +15 no 2° médio), assim como em leitura e artes (+13 pontos percentuais no 1° médio; +22 no 4° médio). Considerando os efeitos positivos do programa, a inovação tem um interesse de se reproduzir em outros âmbitos e não representa um custo muito alto, pois se baseia em tutores voluntários.
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