Redução do tamanho das clases/turmas |

Redução do tamanho das clases/turmas

Esta estratégia está orientada na redução do número de estudantes por sala. Na medida em que o tamanho de uma turma ou grupo de aprendizagem diminui, sugere-se que a variedade de estratégias de intervenção que um professor pode utilizar vai aumentar, assim como também a atenção de cada estudante na sala de aula.

Quão efetiva é a intervenção?

Intuitivamente, parece obvio que a redução do número de estudantes por aula vai produzir uma melhora na qualidade do ensino e na aprendizagem, por exemplo, mediante o aumento de retroalimentação de alta qualidade ou a atenção individualizada que os estudantes recebem. No entanto, em geral a evidência não mostra efeitos particularmente elevados ou claros, até que o tamanho da turma diminui, contudo, para menos de 20 ou inclusive menos de 15 alunos.

A questão determinante parece estar em que se a redução é suficientemente grande como para permitir que o professor mude o seu método de ensino quando trabalhar com uma turma menor e se como resultado, os estudantes irão mudar o seu comportamento de aprendizagem. Se não acontece nenhuma mudança, então, tal vez não seja surpreendente que não haja nenhuma mudança na aprendizagem. Quando uma mudança no método de ensino vai acompanhada de uma redução no tamanho da turma (o que parece difícil de ser realizado até que as turmas tenham menos de aproximadamente 20 alunos), é possível identificar benefícios nas conquistas acadêmicas, além de melhoras em seu comportamento e nas atitudes. Em alguns estudos, esses benefícios persistem durante vários anos (desde o inicio da primária e até o final do ciclo). Parece ser muito difícil conseguir melhoras com reduções pequenas no tamanho das turmas e que permanecem com mais de 20 estudantes; por exemplo, uma turma de 30 que diminui para 25.

Existe algo de evidência indicando que a redução do tamanho das turmas seja provavelmente mais eficaz quando é acompanhada com o desenvolvimento profissional para aprender habilidades e estratégias de intervenção. Existe também evidência de que foram registrados efeitos levemente maiores com estudantes muito novos, com menor rendimento acadêmico e de nível socioeconômico mais baixo. Adicionalmente, os professores potencialmente podem desenvolver as suas habilidades e estratégias de intervenção em uma turma menor.

Evidência na América Latina

A evidência existente na região parece mostrar uma associação positiva entre a redução do tamanho das turmas e os resultados da aprendizagem dos estudantes. Por exemplo, um estudo realizado na Colômbia sugere que um pequeno número de alunos numa aula de idiomas pode criar um ambiente de aprendizagem mais apropriado, pois facilita a interação entre os alunos, sua comunicação constante na língua que estão aprendendo e também permite ao professor fornecer retroalimentação sobre o desempenho dos estudantes nas diferentes atividades implementadas.

Outro estudo realizado na Costa Rica mostra que há uma relação positiva à medida que o tamanho da turma diminui com a melhoria nos processos de aprendizagem.

É necessária mais pesquisa na região sobre os efeitos da redução do tamanho da classe/turma na aprendizagem. É difícil estabelecer alegações causais com base em evidências limitadas, as que estão atualmente disponíveis. Nesse sentido, as escolas que implementam uma estratégia como essa devem ser cautelosas sobre como fazer o investimento de tempo ou recursos para reduzir o tamanho das turmas, especialmente porque a evidência internacional sugere que pequenas mudanças nos tamanhos das turmas, são caros e nem sempre eficazes.

Quão segura é a evidência?

Existem varias questões que devem ser consideradas na interpretação da evidência sobre o tamanho das turmas, devido a que muitos países ou escolas já estão realizando o ensino em grupos menores para estudantes de baixo rendimento acadêmico. Em geral, existe um panorama relativamente consistente no qual as turmas menores são associadas com conquistas levemente maiores (quando se faz o controle de outros fatores) e quando o tamanho das turmas é diminuído deliberadamente em avaliações experimentais.

A evidência mais sólida provém da investigação em escolas primárias dos EE.UU. onde os benefícios aparentemente permanecem desde 3 até 4 anos nas turmas que são diminuídas para menos de 18 estudantes. Existe evidencia de que estudantes provenientes das áreas desfavorecidas do Reino Unido são beneficiados com turmas com menos de 20 estudantes nas escolas primárias.

Quais são os custos?

Reduzir o tamanho das turmas até um nível onde o benefício seja significativo, é provavelmente caro. A evidência sugere que as turmas típicas deveriam ser reduzidas para entre 15 e 20 estudantes. O custo adicional seria o dobro do número de professores para dividir uma turma de 30 estudantes em duas turmas de 15. Isso não considera o custo de salas de aula adicionais. Em geral, os custos são estimados como elevados.

O que devo considerar?

Antes da implementação desta estratégia em seu ambiente de aprendizagem, considere o seguinte:

É pouco provável de que as reduções pequenas (por exemplo, de 30 para 25 estudantes) sejam custo-eficazes em relação com outras estratégias.
A redução no tamanho das turmas com crianças mais novas pode fornecer benefícios no longo prazo.
As turmas menores têm um impacto na aprendizagem somente se o número para o qual uma turma é reduzida permite aos professores a entrega de um ensino diferente. Já considerou como vai ajustar as suas estratégias de ensino?
É possível que as melhoras obtidas nas turmas menores sejam devido à maior flexibilidade na organização dos estudantes e à qualidade e quantidade de retroalimentação que eles recebem. Já considerou como vai organizar a aprendizagem nas turmas menores e como vai melhorar a retroalimentação para seus estudantes?
Como alternativa para reduzir o número de estudantes por turma, já pensou em dispor de mais pessoal (incluindo professores ajudantes/auxiliares) para que os professores possam trabalhar mais intensamente com grupos menores?