Conversa para alfabetizar


Instituição executora: Greenford High School

País: United Kingdom

Fonte: Education Endowment Foundation

Período de execução: 2006 - 2014

Plataforma de Prácticas Efectivas:

Desafios

Aumentar a habilidade narrativa e de comunicação dos estudantes com maiores dificuldades, melhorando o vocabulário e as habilidades narrativas.

Solução

Dois programas que intervêm de forma complementar sobre o vocabulário e a narração, sob a modalidade de tutoriais em grupos pequenos.

Resultados

O programa tem um impacto positivo e estatisticamente significativo na capacidade de compreender o texto (desvio padrão de +0,25), porém não em sua capacidade de compreender os conteúdos orais.

Conversa para Alfabetizar (Talk For Literacy) é um programa de reforço em habilidades narrativas e de compreensão oral destinado a alunos do primeiro ano do nível secundário que possuem dificuldades linguísticas e de comunicação. É dividido entre dois entre dois subprogramas complementares: o Programa de Intervenção de Enriquecimento de Vocabulário (Vocabulary Enrichment Intervention Programme, VEIP) e o Programa de Intervenção Narrativa (Narrative Intervention Programme NIP).

A iniciativa foi desenvolvida por Victoria Joffe, professora na Universidade de Londres, que realizou um primeiro ciclo de projetos pilotos no ano de 2006 em 21 escolas secundárias da capital. Com o objetivo de aprofundar a experiência e seus resultados, o colégio Greenford High School decidiu testar a metodologia em seus alunos. São duas as metas de aprendizagem que apresenta o Talk For Literacy : promover o uso complexo da linguagem (narração) e promover a compreensão em leitura (enriquecimento do vocabulário).

A pedagogia é centrada na criança, o que significa que ela se adapta às suas habilidades e progressos. No VEIP são ensinadas técnicas para reconhecer as estruturas das palavras (prefixos, sufixos, raízes) para que os alunos possam entender e aprender novos termos de forma independente. O programa NIP, por outro lado, está focado nas técnicas de leitura (tom) e nos diferentes registros narrativos. O VEIP e o NIP foram desenvolvidos para serem complementares, considerando por exemplo, que nas sessões do NIP os conceitos estudados nas sessões do VEIP são revisados. Tanto o VEIP como o NIP são concretizados em duas sessões semanais de 45 a 60 minutos respectivamente, que se desenvolvem da seguinte forma: revisão dos fundamentos da sessão anterior, apresentação das tarefas realizadas (as “missões a alcançar”), a apresentação e resumo do conteúdo da sessão e a definição das “missões a alcançar” para a semana seguinte.

As sessões são realizadas em pequenos grupos por um tutor auxiliado por um assistente pedagógico e terapeutas de linguagem. Todos foram capacitados no início do programa sobre a metodologia e, especificamente, o conceito de “facilitação e obtenção de respostas”. Para incentivar as crianças a encontrar por elas mesmo as respostas, sem que o professor pergunte a elas é necessário uma série de técnicas práticas.

Na Inglaterra, a escolarização das crianças nos níveis primários e secundários, abrange quase toda a população em idade escolar (99,85% e 98,28% respectivamente em 2014). As taxas de participação líquida continuam a crescer desde o ano de 2006, sobre todo o nível secundário (+6 pontos percentuais). Entretanto, a pesquisa PISA da OCDE tem destacado uma diminuição nos níveis de compreensão na leitura em parte da população inglesa de 15 anos de idade desde o ano de 2011.

No ano de 2013, a National Foundation for Educational Research (NFER) avaliou o programa Talk for Literacy com o objetivo de apreciar seu impacto sobre as habilidades em leitura dos alunos do 7° ano. 235 alunos foram selecionados e divididos aleatoriamente em dois grupos: o primeiro grupo recebeu as duas intervenções (VEIP e NIP), enquanto que o outro seguiu as classes convencionais. A comparação dos resultados do grupo de intervenção com os do grupo de controle tem permitido destacar um impacto positivo de 0. Um desvio padrão de 25 sobre a capacidade dos alunos de entender o conteúdo do texto.

O programa tem também um efeito positivo (desvio padrão de 0,20) na capacidade de leitura, porém não estatisticamente significativo. Os professores entrevistados indicam que os maiores progressos têm sido observados nas habilidades de comunicações dos alunos. Os custos do programa são relativamente baixos (£29 por aluno), portanto, o Talk for Literacy representa uma inovação oportuna para enfrentar as deficiências no vocabulário e narração dos alunos do nível secundário.

Impacto da intervenção:

Gráficos: Impacto medido nos desvios padrões do grupo de intervenção em comparação com o grupo de controle

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