Trabalho em grupos pequenos
Impacto moderado, Custo moderado, Evidência limitada
Trabalho em grupos pequenos
O trabalho em grupos pequenos é realizado por um professor ou profissional docente que trabalha com dois, três, quatro ou até cinco estudantes. Esta disposição permite ao professor estar focado exclusivamente em um grupo pequeno de alunos, geralmente em uma sala ou área de trabalho separada. Estas aulas intensivas em grupos pequenos são fornecidas para apoiar aos estudantes com baixo rendimento acadêmico ou àqueles que estão atrasados, mas também podem ser usadas como uma estratégia mais geral para garantir avanços efetivos ou para ensinar temas ou habilidades mais difíceis.
Quão eficiente é a intervenção?
Em geral, o padrão é que o trabalho em grupos pequenos é eficaz e como regra geral, enquanto menor for o grupo, melhor. Por exemplo, grupos de dois alunos têm um impacto levemente mais alto que os grupos de três, mas um impacto levemente inferior em comparação com as aulas individuais. Alguns estudos sugerem que quanto maior a retroalimentação do professor, ou mais constante a participação em grupos pequenos, ou que o trabalho se ajuste mais com as necessidades dos alunos, esses fatores poderiam explicar o impacto. Quando o tamanho do grupo aumenta para mais de seis ou sete alunos, ocorre uma notável diminuição na eficácia.
No entanto, embora o modelo anterior geralmente seja consistente, existe certa variabilidade no impacto dentro da evidência existente. Por exemplo, na leitura, o trabalho em grupos pequenos pode às vezes ser mais eficaz do que as aulas individuais ou as tutorias entre estudantes. É possível que nesses casos a prática da leitura possa ser organizada eficazmente, de forma que o grupo todo permaneça completamente imerso enquanto chega a vez de cada um, como acontece com a leitura guiada.
A variabilidade nestes achados sugere dois aspectos: primeiro, que a qualidade do trabalho com grupos pequenos pode ser tanto ou mais importante do que o tamanho do grupo, e existe evidência sobre os benefícios do desenvolvimento profissional nos resultados acadêmicos dos alunos. Em segundo lugar, é importante avaliar a eficácia das diferentes modalidades, pois o tema específico com o qual se está lidando e a formação dos grupos pode incidir nos resultados.
Perante essa incerteza e o baixo custo do trabalho em grupos pequenos, pode ser razoável testar com um grupo pequeno de alunos como una primeira opção, antes de adotar estratégias como classes individuais se o trabalho em grupos pequenos não for eficaz.
Evidência na América Latina
Ensinar em pequenos grupos é um tema de pesquisa educacional, onde há poucas evidências quanto ao seu impacto no desempenho acadêmico ou na melhoria da aprendizagem na região. No entanto, é possível encontrar algumas evidências indiretas dos efeitos positivos deste tipo de intervenção em outras áreas de estudo, tais como retroalimentação, meta-cognição e aprendizagem colaborativa. O que foi observado é que as atividades desenvolvidas em pequenos grupos ajudam a criar um ambiente de confiança mútua e maior participação. Também permite que os estudantes trabalhem melhor na sala de aula. Dado que há evidências na América Latina sobre os efeitos positivos desta intervenção no ensino superior, parece promissor explorar em maior grau o impacto que o ensino em pequenos grupos poderia ter sobre o desempenho acadêmico em estudantes primários e secundários. Especialmente, porque a evidência internacional mostra que o impacto médio é positivo.
Quão segura é a evidência?
A evidência sobre o tema é limitada e está relacionada principalmente com alunos de baixo rendimento acadêmico que recebem apoio adicional para se colocar ao nível de seus colegas. O trabalho em duplas tem sido mais investigado do que outros tipos de grupos pequenos, pelo qual a evidência para o trabalho em grupos pequenos com tamanhos variados de grupos e em diferentes níveis de intensidade não é conclusiva e provém principalmente de estudos individuais. Existem muito poucos estudos nos quais o tamanho do grupo tem mudado sistematicamente para analisar os efeitos, em grupos de um ou dois e de dois a três estudantes, pelo qual seria muito útil dispor de maior investigação nessa área. Em geral, a evidência é limitada.
Até a data, a maioria da evidência provém dos Estados Unidos. No entanto, nos últimos anos foram realizados estudos rigorosos e que estão em aumento no Reino Unido. Numa avaliação de 2014, os alunos de 7º e 8º ano obtiveram três meses adicionais de aprendizagem em leitura interativa, um programa estruturado que incluía aulas em grupo reduzido. Além disso, um programa intensivo de treinamento (coaching) que incluiu aulas em duplas e em grupos pequenos teve um impacto em média de cinco meses adicionais de progresso.
Uma avaliação de 2011 da Every Child Counts (Cada Criança Vale), também encontrou um impacto positivo do programa quando é realizado individualmente ou para grupos de dois ou três estudantes; no qual todos os grupos desses tamanhos, atingiam um progresso similar.
Quais são os custos?
Geralmente os custos estimados são moderados. Os custos diminuem com grupos maiores, já que a maioria dos custos são pelo tempo do professor ou professora.
O que devo considerar?
Antes da implementação desta estratégia em seu ambiente de aprendizagem, considere o seguinte:
O trabalho em grupos pequenos parece ser mais eficaz quando é dirigido às necessidades específicas dos alunos. Como avaliaria com precisão as necessidades dos alunos antes de adotar uma nova estratégia de intervenção?
Tanto as classes individuais como o trabalho em grupos pequenos são intervenções eficazes. Porém, a relação custo-eficácia de um para dois e de um para três alunos, indica que poderia ser conveniente um maior uso destas estratégias de intervenção. Como primeira opção, já considerou testar classes de um para dois (um professor dos estudantes) ou um para três alunos?
É possível que a capacitação e o apoio aumentem a eficácia do trabalho em grupos pequenos. Já fez capacitação para os docentes desses grupos pequenos no programa que estão ministrando?
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(*)Síntesis elaborada por SUMMA a partir de la revisión sistemática de investigaciones académicas realizadas en la región.